História vale de que?
História vale de que?
Nós não precisamos de cultura nem de história, isso é um besteirol inventado por algum Nerd que não tinha o que fazer.
Também não precisamos daquela foto de mamãe com 15 anos que gostamos tanto de olhar, nem dos vídeos do nosso casamento. Aquele brinquedo de infância preferido, também não vale de nada, tá velho vou jogar no lixo.
A lembrança do primeiro carro comprado, da primeira vez viajando sozinho, pode apagar, isso não “enche bucho” de ninguém. E o primeiro dinheiro ganho com o próprio esforço também não serve de nada, já gastei.
Negar a história, negar a cultura de um outro povo pode parecer quase normal, mas negar a sua própria, é impensável.
As lembranças são história e a história é a própria vida. Destruir as memórias de um povo é matá-los um a um. E se assim não fosse, para que conservar as pirâmides do Egito ou o grandioso Coliseu? A existência do Taj Mahal e da Torre Eiffel não teriam sentido.
E se a casa que passamos a maior parte da nossa infância é tão valiosa, porque não seriam as casas que deram início a uma cidade, uma grande cidade, minha querida Juazeiro do Norte.
Fico imaginando como eram as casinhas, a capela, as vielas, os três pés de Joazeiro, imaginando que meu bisavô passou por ali centenas de vezes proseando com os transeuntes. Arquitetura nada especial, um colonialzinho básico e simples com traços retos…mas foi ali que tudo começou. E pensar que ainda poderiam existir não fosse pelo retrocesso…ops “progresso”.
Mas, ainda temos a chance de conservar a “vida” que nos restou, recriando sem destruir, ainda temos belos casarões antigos que resistiram ao tempo prontos para serem restaurados e reinseridos no dia a dia da nossa cidade.
Conscientizar os políticos é difícil, mas exigir é um dever de todo cidadão que ama sua cidade, sua história.
“A cultura de um povo é o seu maior patrimônio
Preservá-la é resgatar a história, perpetuar valores,
é permitir que as novas gerações não vivam sob as trevas do anonimato.” (Nildo Laje)
“Quem não vive as próprias raízes não tem sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser cultuado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro. Nós não precisamos ser conservadores, nem devemos estar presos ao passado. Mas precisamos ser legítimos e só as raízes nos dão legitimidade”. (Susie Barreto da Silva)