Abu Simbel – Coloca ou não coloca a cabeça de volta?

A maior obra de restauração que já houve na terra, o Templo de Abu Simbel é das obras arquitetônicas egípcias mais espetaculares que há.

O faraó Ramsés II, no intuito de impressionar seus  vizinhos e marcar território, construiu não um templo de pedras, mas um templo na pedra. Esculpido em uma montanha e utilizando-se de grande parcela de material saqueado de algumas pirâmides, o fez em sua própria homenagem e de sua preferia mulher Nefertari.

Mas somente em 1813 foi descoberto, após anos soterrado nas areias da Núbia. Mas encontrava-se em perigo de soterramento outra vez…não pelas areias e sim pela água. Seria construída uma barragem em Assuão que iria submergi-lo para sempre. Aí é que começa a maior obra de restauração já vista.

A montanha foi completamente escaneada e cortada em blocos de 3 a 30 toneladas, cada um milimetricamente cortado em pontos estratégicos para não comprometer as centenas de esculturas. A montanha foi elevada 61 metros acima. Problema resolvido? Ainda não.

Entre sua descoberta e a construção da barragem, o templo esteve sob visitação de turistas e estudiosos por mais de 100 anos e, uma das quatro cabeças das quatro monumentais estátuas da entrada do templo estava caída ao chão. Aquela paisagem tornou-se referência para todos. E agora o que fazer na sua restauração, colocá-la de volta no lugar ou deixá-la caída ao chão?

A polêmica durou alguns anos, mas hoje, quem for a Abu Simbel, encontrará a cabeça ao chão. A decisão foi tomada com a justificativa  de que se um dia fosse decidido colocá-la no lugar, seria muito fácil. Já ao contrário poderia causar danos à escultura.

E aí…você colocaria ou não a cabeça de volta???